Vigilância Ambiental da Febre Amarela
A Vigilância Ambiental da Febre Amarela é realizada com base em dois componentes: Os vetores (mosquitos da família Culicidae) e reservatórios (Primatas Não Humanos - PNHs).
Vetores
A febre amarela é uma doença causada por um vírus transmitido por mosquitos que habitam ambientes de mata. Esses mosquitos vetores envolvidos na transmissão, pertencem aos gêneros Haemagogus e Sabethes. Nos habitats silvestres esses mosquitos realizam hematofagia (hábito de se alimentar de sangue) em macacos (Primatas Não Humanos - PNHs). O homem, ao penetrar em áreas onde a circulação está ocorrendo entre PNH e mosquitos, pode vir a ser acidentalmente picado e infectado. As estratégias de vigilância entomológica de vetores da febre amarela estão previstas no Guia de Vigilância de Epizootias em Primatas não Humanos e Entomologia Aplicada à Vigilância da Febre Amarela e são realizadas de duas maneiras:
- Vigilância ativa (monitoramento - longo prazo): ações que se baseiam no monitoramento de áreas estratégicas (sentinelas e vulneráveis/receptivas), com o intuito de acompanhar espacial e temporalmente populações de culicídeos potencialmente vetores, detectar precocemente a circulação viral e definir áreas com potencial de transmissão (receptivas), nas quais serão desencadeadas medidas preventivas.
- Vigilância passiva (investigação - curto prazo): refere-se às atividades desencadeadas por ocasião de notificações de casos humanos ou epizootias em PNH suspeitos de FA, a partir das quais são desencadeadas medidas de bloqueio de transmissão. Nessa modalidade, são levantados dados que contribuem para estabelecer vínculo epidemiológico aos eventos em investigação.
Hospedeiros/Reservatórios
Em ambientes silvestres, o ciclo de transmissão da Febre Amarela ocorre entre mosquitos e primatas. Após a replicação viral ocorrida em seu sistema digestivo, o mosquito está apto a transmitir o vírus ao novo hospedeiro. Animais susceptíveis são infectados e desenvolvem a doença. Primatas dos gêneros Cebus, Ateles, Saimiri, Callithrix e Alouatta, podem desenvolver a doença e morrer. Por isso, estes animais são importantes quando se trata da vigilância epidemiológica da febre amarela. Eles são considerados sentinelas, já que são sensíveis ao vírus e acabam morrendo ao adquirirem a infecção. Por esse motivo a vigilância de epizootias é uma importante estratégia para o monitoramento da circulação do vírus da febre amarela, devendo a morte de PNHs ser notificada às autoridades de saúde.